segunda-feira, 14 de setembro de 2015

QUANDO A IGNORÂNCIA LEVA À OPINIÃO MAL FORMADA

Não é com espanto nem surpresa que o autor do blogue tem assistido nas redes sociais, a um tremendo desfilar de ignorância, ignorância essa que leva a opiniões mal formadas! O fenómeno humano que está na velha Europa a ocorrer a cada segundo do tempo que passa, no que toca ao autêntico êxodo humano que se vive num dos mais históricos e fabulosos países do Médio-Oriente, a Síria, tem levado a que muitas vozes nacionais se levantem contra o facto do nosso país, no âmbito do acordado a nível europeu e mandado ordenar pela Alemanha, receba em suas terras uns milhares de refugiados, migrantes, que fogem ao terror, que fogem principalmente, à morte!

Não se vão tecer aqui comentários acerca do que tristemente se passa no país histórico e ancestral cuja capital, Damasco, uma das mais lendárias e antigas a nível mundial, senão a mais antiga capital habitada continuamente no mundo, porque já todos o saberão, pelo menos quando acompanhando os boletins noticiários. No entanto, estranha o autor do blogue, que baseada em propaganda falaciosa e errada acerca de pessoas que perderam tudo, até a dignidade, sejam muitos os portugueses a tecer comentários contra a entrada de refugiados em solo nacional!

Não deveria haver neste país espaço para a intolerância e para a xenofobia! Não deveria, mas parece que há...

Meus caros, a Alemanha obriga, a Europa obedece!

A Alemanha, país próspero e o mais desenvolvido da Europa, sem que se lhe conheça crise, prova do seu próprio veneno! Mas alguém acha ou pensa que qualquer refugiado deseja vir para Portugal, país falido onde os patrões usam e abusam dos direitos dos empregados e do trabalho justo e bem remunerado e onde o salário mínimo é o mais baixo da Europa a 12? Eles e elas, com todo o direito fugindo da morte, almejam atingir a Alemanha! Quem não deseja para si uma vida melhor? Próspera e digna? E quem a isso não tem direito?

Querem encontrar culpados? Desde logo à cabeça as indústrias de armamento e dois países, EUA e RÚSSIA, que mantêm ali um braço de ferro (a Guerra Fria nunca terminou), entre a queda do despótico Assad, desejada pelos EUA na sua luta  obstinada pela ocorrência da triste e criminosa "Primavera Árabe", que tem vindo a derrubar sucessivamente Governos, sem que os próprios povos governados por esses governos com pulso de aço o contrário tenham requerido ou sequer tentado e desejado fazer, daí advindo a destruição completa de países como Líbia e Tunísia, onde reina a anarquia e o terror. A Rússia, porque historicamente se acha no direito e com o dever de dizer sempre que não aos EUA, lá está a "Guerra Fria" a funcionar, contestando as suas políticas não menos despóticas que o mais que despótico Assad, aproveitando assim para continuadamente escoar o seu stock de armas produzidas e vendidas a preço de ouro! 

Assad continua a governar? Continua, porque os dois gigantes se temem e se entrarem na arena para o combate, o final não o conhecendo nenhum deles, sabem-no no entanto, poderá ser catastrófico e o preço a pagar por isso poderá ser alto demais, um preço tão alto sem direito a retorno para o planeta que alberga esta espécie...Como não fugir de isto tudo?! E a Europa, não contraria, nem coragem tem para isso, quer os EUA, quer a Rússia! O punho terá de ser batido com toda a força na mesa e a negação categórica! Os cidadãos europeus devem e têm a obrigação moral de exigir que os seus governantes mudem de atitude política!

Aqueles portugueses que continuam a afirmar ignorantemente diariamente nas redes sociais que primeiro os que cá estão, depois os outros, baseados em visualizações de campanhas infames e falaciosas, são os mesmos que criticam tudo e todos, querem ver os problemas de Portugal resolvidos mas nada fazem em prol disso! São os que votarão num politicamente desonesto Passos Coelho ou num politicamente desleal Costa (porque veio à lembrança do autor do blogue o rosto de António José Seguro?) ou até, são aqueles que em dia de eleições importantes para que se decida o futuro do país e das gerações vindouras, mesmo no seu enquadramento europeu, preferem restar pelo café vendo o Porto ou o Benfica numa disputa de bola, ou então num saltinho à praia porque o calor ainda é muito ao invés de exercerem o seu dever e direito democrático de voto!

Estes deveriam ser os portugueses que lêem e se instruem, com opinião baseada na razão, e não em mentiras e imagens falsas, e que deveriam eleger um governo credível, sério e sincero, que alertasse os portugueses para tempos que serão muito difíceis, mas necessários, pois o país para resolver os seus graves e estruturais problemas económicos não aguenta moeda como o euro e que sobretudo alertasse e pugnasse para que Portugal abandone esta Europa de moeda única, sem valores e onde a palavra solidariedade há muita está enfiada na gaveta. 

Bem lá no fundo, onde reino o bolor...

Por uma vida melhor, próspera e segura, qualquer ser humano a isso tem o mais inalienável direito, portanto diga não à intolerância e à xenofobia! Não diga - Não! - ao refugiado que foge da morte!

Por um mundo muito melhor!



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