quarta-feira, 31 de agosto de 2011

FESTA no MILHEIRAL!

A CONTAGEM DECRESCENTE VAI COMEÇAR, AÍ VEM A FESTA NO MILHEIRAL!

A ESCOLA DE MÚSICA AMADEUS ASSOCIA-SE TAMBÉM A ESTA INICIATIVA! ESPEREMOS PELO AMIGO SOL, DIA 4 DE SETEMBRO E QUE SEJA UMA FESTA DE ALEGRIA!

De Cabo a Cabo. Sugestão de acompanhamento de blogue.

Nas minhas andanças virtuais por este imenso mundo que é a internet, na pesquisa de novas gentes, novas culturas e na vontade do espirito em saciar muitas das coisas que há por aprender; descobri um blogue nacional, de um jovem formado em arquitectura de Santa Maria da Feira (até que bem próximo de nós), de seu nome Mateus Brandão; que projectou e vai dar início a uma viagem que fará a ligação entre dois dos mais importantes Cabos do mundo, o Cabo Norte na Noruega e o Cabo Agulhas na África do Sul! A particularidade da viagem é que será toda ela feita de comboio, meio de transporte o qual o nosso viajante é admirador particular e confesso, desde há muitos anos.

Achei, porque também sou um fervoroso adepto de viajar e conhecer outros mundos dentro do mundo; realmente fascinante a ideia, o projecto e a sua realização, considerando portanto, útil em partilhar esta informação, com quem siga e consulte este meu espaço virtual.

O link para descobrirem o excelente blogue (em mais não me alongo) e explorarem-no, está devidamente identificado na lista de "WEBSITES QUE RECOMENDO" sob o nome de "De Cabo a Cabo".

É só clicar e analisar o blogue, composto por um grafismo muito simples, bem elaborado e de muito bom gosto, assim como de fácil interpretação. Espero seja do Vosso agrado. Só mais uma curiosidade, dentro do mesmo há uma coluna com uma boa dezena de links para websites e blogues, que valem bem a pena pesquisar, claro está, relacionados com viagens!

Ao Mateus, os meus mais sinceros votos de sucesso na "empreitada" que vai iniciar e à qual se acometeu! 



OBS . No facebook também podem aderir à página do autor e ver as actualizações daquilo que estará a acontecer no decorrer da viagem. Basta para tal, procurar pelo nome, que é o mesmo do blogue.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Animação para todos na FESTA no MILHEIRAL.

Haverá animação para todos, míudos e graúdos, na FESTA no MILHEIRAL! Vamos começar com o piquenicão, basta trazer a merenda e até mesa e cadeiras, ao qual após, nos entregaremos ao espirito de sá camaradagem e alegria que se pede para estas ocasiões! A eira comunitária criada no espaço, espera por vós...









NÃO HÁ MOTIVOS PARA NÃO SE PARTICIPAR E PEDE-SE A ADESÃO MASSIVA DA NOSSA COMUNIDADE NA PARTICIPAÇÃO DA FESTA no MILHEIRAL! DIA 4 de SETEMBRO! LANHESES EM FESTA COM A SUA POPULAÇÃO CONVIVENDO ALEGREMENTE NO PARQUE VERDE!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Castanea sativa. Castanheiro.

Tinha agendado a escrita deste post, aqui no blogue, para meados de Outubro, ou principios de Novembro mas decidi antecipá-lo porque, após um passeio a pé pelas ruas da nossa Freguesia e ter verificado que os vários exemplares de Castanheiros que ocorrem em Lanheses, estão carregadinhos de fruto, o tão característico "ouriço" que envolve as Castanhas, achei ser de todo lamentável não publicitar uma das árvores mais fantásticas, senão a mais, que fazem parte da Flora Portuguesa, em Agosto, altura em que os mesmos nos mostram toda a sua beleza com os frutos ainda verdes a baloiçar nas copas ao som do vento quente deste mês! 

São de uma beleza inqualificável!

Frondoso exemplar (e um dos mais famosos) que ocorre junto à EN 202 e pormenores da sua folhagem florida onde se podem ver os "ouriços" verdinhos.


Ouriços verdinhos, para depois amadurecerem em Outubro.

O Castanheiro; Castanea sativa, da família Fagaceas, do género Castanea; é uma árvore milenar, ou seja, é de uma grande longevidade, atingindo fácilmente os mil anos de vida! Um notável registo de longevidade, num Planeta onde biliões de espécies co-habitam mas com esperanças médias de vida muito curtas, se comparadas com a desta árvore fabulosa.

É uma árvore de folha caducifólia (caduca), ou seja, "desnuda-se" de folhagem no Inverno, para voltar a folhear com a chegada dos primeiros dias de Primavera, apresentando estas tamanhos entre os dez e vinte centímetros, dentadas, mais escuras na parte inferiror e um pouco translúcidas quando trespassadas pelos raios de Sol. O seu fruto, claro está, é a Castanha. O castanheiro tem no seu pé flores masculinas e femininas e delas resulta o "ouriço" quando amadurecido abre em quatro e então se retira dele a castanha. É uma árvore de crescimento rápido até aos seus cinquenta-sessenta anos de vida o que após retarda até ao seu fim de vida. Atinge com muita facilidade os quarenta e cinco metros de altura(!!!!) e as sua copa atinge diâmetros de trinta a quarenta metros(!!!!). É um exemplar arbóreo notável!!!
Entre os oito a dez anos de vida o Castanheiro já dá fruto (como pude constatar em Lanheses numa jovem árvore plantada num terreno particular e que fotografei) mas, só depois dos vinte anos é que a sua frutificação passa a ser regular. Ocorre na generalidade por toda a Europa e na Península Ibérica também, pelo que no nosso País é considerada espécie indígena ou autóctone. A ter sido introduzida no particular clima peninsular ibérico, existe uma teoria que afirma que se tal tenha ocorrido (carece de fontes), foi então, pelas mãos dos romanos.
Existem duas variedades de Castanheiros, os mansos e os bravos e a sua taxonomia varia em função da utilidade que lhe queremos dar. O Castanheiro manso é utilizado para a produção do fruto, a castanha, o bravo é mais utilizado para aproveitamento da sua madeira, o castanho, caracterizada pela sua muito boa qualidade. Ao conjunto de Castanheiros para efeito de produção de Castanha, ou seja mansos, damos o nome de Souto; ao conjunto de bravos, para produção e exploração de madeira, damos o nome de Castiçal. Naturalmente, o Castanheiro não ocorre em grandes aglomerados mas sim espaçados entre si, por isso vemos sempre exemplares sós ou a vários metros um dos outros. A ocorrerem juntos é prova de que foram plantados. Como em tudo na vida há excepções, pelo que esta não é uma verdade absoluta, antes sim uma característica desta espécie.

Fotografias de variados exemplares que ocorrem em Lanheses

Jovem Castanheiro carregado de fruto (como afirmei acima), ainda que jovem, já é prolífero!




Espalhado por toda a Europa e Caucaso, em Portugal o Castanheiro está bastante bem disseminado, ocorrendo mais notóriamente no Centro e Norte do País, sendo raro no Sul. É uma árvore que precisa de climas muito humidos, desenvolvendo-se correctamente só acima dos quinhentos metros de altitude, pelo que o Sul com as suas temperaturas altas não lhe serve o correcto crescimento, excepção feita em Marvão, onde ocorre com alguma frequência.  Na Europa, um dos países com mais área de Castanheiro, é Itália, atingindo várias centenas de milhar de hectares de Castanheiros e em Portugal, como dito anteriormente, é no Norte do País, mais precisamente em Trás-os-Montes, que poderemos encontrar a maior área da mesma. A Castanha já foi em tempos idos (desde o tempo romano até meados do século XVII) uma das bases da cadeia alimentar e um dos mais importantes farináceos, quer em Portugal, quer em outros países do velho continente mas, com a introdução do milho, das batatas e outros produtos agrícolas, foi perdendo a sua importância como importante alimento para o Homem e outros animais e a população de Castanheiros foi diminuindo drásticamente. No entanto continua a fazer parte da nossa rica gastronomia, por alturas do Outono, veja-se o arroz de sarrabulho com castanha à mistura ou então as famosas "Quentes e boas" apregoadas pelas vendedoras de castanha que em Outubro e Novembro pululam pelas artérias das nossas terras vendendo esse fruto assado! E que saboroso que é, comê-las quentinhas envoltas em folha de jornal. Cruas, cozidas ou assadas, as castanhas, comem-se de qualquer maneira e muito ainda nos dias de hoje.

Mais alguns exemplares Lanhesenses.



Os meus "vizinhos"...




Estes dois ocorrem na "Quinta do Capitão" (corrijam-me se estiver errado quanto ao nome da propriedade) e são a meu ver, dois dos mais produtivos Castanheiros da nossa aldeia. Coincidência, serem meus vizinhos.





Portugal continua a ser um dos grandes exportadores de Castanha a nível mundial e as regiões de Valpaços e Vila Real, em Trás-os-Montes, duas das principais zonas de produção. Com efeito, os entendidos na matéria dizem que a Castanha Portuguesa é uma das melhores do mundo! Como curiosidade da importância que o Castanheiro tem para Portugal, é o facto de variadas localidades lhe aproveitarem o nome, como por exemplo: Souto (Trancoso), Castanheira (Manteigas), Souto Maior (Trancoso), etc, etc.

Aqui em Lanheses ocorrem com alguma frequência (pelo que vi), bastante espaçados entre si é certo mas, se atentamente observarmos o aglomerado arbóreo que compõe a flora da nossa aldeia, lá no meio está sempre um Castanheiro carregadinho de verdes ouriços (agora em Agosto), para nos deliciarmos em Novembro com o seu delicioso fruto, a Castanha.


No Outono, revisitarei este tema sobre uma das mais importantes árvores, que compõem a flora nacional.

Bombos na FESTA no MILHEIRAL.

O Grupo de Bombos de Santa Marta animará a FESTA no Milheiral!


VEM E TRÁS UM AMIGO(A), PARTICIPA DA FESTA no MILHEIRAL! DIA 4 de SETEMBRO!

domingo, 28 de agosto de 2011

São João d´Arga.

Este blogue tem por título -Something Special do Vale da Serra d´Arga- e como o mesmo indica, refere todo um conjunto de temas especiais que visam todo o Vale desta serra, localizado a sul da mesma, onde precisamente está localizada Lanheses, entre outras tantas belas aldeias. Neste post, vamos atravesar fronteiras, dar asas à imaginação e vamos voar. Isso mesmo! Vamos voar! Vamos tratar um tema além fronteiras do Vale da Serra d´Arga! Vamos bater asas e subir bem alto, ganhando altitude, para depois voarmos em direcção a norte, passarmos o promontório da Sr.ª do Minho, para após este, começarmos ligeiramente a desviar à esquerda, onde nos iremos deparar com a freguesia de Arga de São João e com o seu mosteiro. Que fabulosa sorte têm os pássaros por poderem voar e do céu verem todas estas fantásticas paisagens...

Ao longe e a muitos metros de altitude (se fôssemos um pássaro) podemos por estes dias depararmo-nos que na área adjacente ao recinto, ao contrário do habitual, há muito rebuliço, folia, alegria e um mar de gente!

É mesmo isso, São João d´Arga está em festa! Após o vôo (não se esqueçam que, momentaneamente eramos um pássaro) pousamos e como por magia, retomamos a nossa forma humana e, então entregámo-nos à festividade e ao espirito de uma das mais castiças, senão a mais castiça, das romarias do Alto Minho...



É altura de neste espaço virtual fazermos justiça, publicitarmos e homenagearmos a Romaria a São João d´Arga, onde centenas de peregrinos chegados a pé e, após três voltas à capela, venerarem o Santo e deixarem a respectiva oferenda (a esmolinha a São João) se dedicam então, ao arraial e à folia, conduzidos pelas Bandas de Música que tocam à desgarrada, se entregam às rusgas por entre cantares ao desafio e centos de concertinas tocadas até de manhã e onde o rei da noite é o "xiripiti"...aquele delicioso licôr composto por dois produtos tão tipicos do Alto Minho, o bagaço aliado ao mel!

São João d´Arga é tudo isto mas fundamentalmente, é alegria, é folclore, é bagaço com mel, danças e cantares pela noite fora, num local incrustado entre fragas da Serra e que a esta dá o nome...Arga!

Depois, das Missas, da Procissão,  do arraial...cansados...é tempo de retomarmos a nossa forma alada, levantar vôo novamente e seguir em direcção ao Sul...


sábado, 27 de agosto de 2011

Coelho radioactivo na FESTA no MILHEIRAL.

É já daqui a uma semana praticamente a FESTA no MILHEIRAL e segundo o que sei, um coelho, quer arrasar com o recinto da festa...não um coelho comum, mas sim um coelho radioactivo...

 

Já podem também ser pré-compradas as senhas que darão direito a uma fêvera acompanhada de uma bebida, cerveja(fino) ou sumo e terão um valor de 1.30€, servidas entre as 19h e as 20h. As mesmas, podem ser compradas nas instalações da Junta de Freguesia ou então junto de um dos vários elementos que andarão pelas ruas Lanhesenses com elas em mão, para venda!


VEM E TRÁS ALGUÉM CONTIGO, PARTICIPA DA FESTA NO MILHEIRAL - 4 DE SETEMBRO!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Preparativos da área para a Festa no Milheiral!

Pude com satisfação ver, o afinco posto na realização das obras necessárias no Parque Verde, para que a FESTA NO MILHEIRAL venha a decorrer com sucesso e normalmente; quer por parte do Edil da freguesia, Professor Ezequiel Vale, com quem aproveitei para conversar um pouco, quer por parte dos variados Lanhesenses que o ajudavam e trabalhavam na empreitada, de baixo de uma manto cinzento de nuvens que nos borrifavam com uma irritante chuvinha persistente. Com resolução e ignorando a chuva, todos trabalhavam! Alguns, com excepão dos trabalhadores afectos à Junta de Freguesia, por voluntarismo e amor à causa Lanhesense. A eles a minha homenagem sentida!

No dia anterior ao de ontem, com Sol, andei pelo local e pude retratar os melhoramentos que estão a ser feitos. Aguardemos por dias solarengos para que esta Festa, seja realmente uma Festa da Freguesia e para a Freguesia! O tempo anda muito incerto e as futurologias meteorológicas, pelo que tenho visto no site do IM (Instituto de Meteorologia), anunciam chuva para esses dias. Ainda pode mudar, pois estamos a falar de uma previsão a dez dias, ou seja, baseada em cálculos matemáticos, pelo que pode vir a mudar.

Assim o espero vivamente!




A electricidade chegará à nova zona do Parque Verde, onde ocorrerá a FESTA no MILHEIRAL!


Apelo uma vez mais a todos quanto queiram a participar da FESTA no MILHEIRAL!




FESTA no MILHEIRAL - 4 de SETEMBRO.

Ecovia. Actualização 3.

Vindo de férias e quando surgiu a oportunidade, corri a zona do rio de ponta a ponta de máquina na mão, tentando captar algo de novo ou inusitado mas, verifiquei que continuava tudo mais ou menos na mesma. Ainda assim captei um pequeno video e algumas imagens da obra de construcção da ponte sobre o regato da Silvareira servente à Ecovia, que a cada dia que passa vai ganhando forma. Pude ver no local os trabalhadores a pintar o gradeamento que há já algumas semanas está lá colocado.

O local está a ficar cada vez mais aprazível!



Tirei também algumas fotografias ao Rio Lima, que nesta zona, com o caudal das águas em baixo, permite que os nossos olhos visualizem algumas pequenas ilhotas que se formam por motivo da citada baixa da maré.

A ponte e o seu gradeamento quase pintado.




Linda vista de uma ilhota com a sua vegetação, que se forma com a maré baixa.

 Vista da Foz do Regato da Silvareira.


Depois de devidamente organizado, este local e após a conclusão das obras de construcção da ponte, antevejo que virá a ser um dos sitios mais agradáveis para se passear, na zona do Rio Lima, em Lanheses. Dada a amplitude da área, merecia, a meu ver, infraestruturas de apoio ao lazer tais como, bancos em madeira ou outras dos género. Mas, esta é só a minha percepção. Aguardar para depois ver e o que interessa é que se vá fazendo obra, ainda por cima com qualidade!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Festa no Milheiral.

A não esquecer e pretendendo que todos adiram a esta fantástica iniciativa! Como dizia a canção do saudoso Zeca Afonso - Não percas tempo que o vento...Se alguém houver que não queira/trá-lo contigo também...e trás um amigo também...


PARTICIPA NA FESTA NO MILHEIRAL!

Gigantones e Cabeçudos.

Na ressaca das festividades que ocorreram em Viana do Castelo, é inevitável, como profundo amante e admirador de tal, que faça neste espaço, uma breve alusão, a um dos números mais carismáticos do programa que compõe as mesmas, a Revista de Gigantones e Cabeçudos. Desde menino me habituei a conviver com a presença na Romaria das Romarias daqueles bonecos enormes, por vezes assustadores, com as suas carantonhas sarapintadas, algumas delas bem bizarras até!
É uma das mais eloquentes tradições do cartaz da festividade e para mim (desculpem a franqueza) Viana são os Gigantones, os Cabeçudos e os bombos...é óbvio que Viana é tudo: é amor, é ouro, é devoção, é traje, é folclore, é luz, é fogo...mas para mim, desde muito pequeno quando o meu Pai me levava pela mão, ver os Gigantones era o mais fantástico que ele me podia proporcionar! Ficava fascinado a olhar aqueles monstros a rodopiar ao som dos bombos, muito solenemente...

Eis um pequeno video onde se podem ver acompanhados pelo troar dos bombos, os fabulosos bonecos em acção.


Com o passar dos anos a paixão não esmoreceu, antes pelo contrário, aumentou e, chegou o dia em que aprendi a fazê-los, na associação Meadelense S.E.R./ACEP (bons velhos tempos), aprendendo também a manuseá-los!

O Gigantone segundo reza a história, é um boneco, como o próprio nome indica gigante, já utilizado pelos antigos Celtas, para personificar a expulsão de demónios e outros seres maléficos, que atarantavam os espiritos de então.

Aqui, o Gigantone é um boneco com três a quatro metros de altura que representa uma figura humana. Mas pode representar muitas outras coisas, animais até, embora o normal seja o representar da figura humana grotescamente caricaturizada. O corpo do boneco é composto por uma estrutura metálica em arame de aço  normalmente de diâmetro 25mm, feita de modo a que possa ser manuseado e "vestido" pelo seu interior por uma pessoa, assentando em cima dos ombros desta por duas traves horizontais forradas com esponjas de grande grossura de modo a não magoar os ombros e facilitar a força que é preciso dispender para manusear o boneco devidamente. Estas traves, normalmente em madeira, estão ligadas à restante estrutura metálica e também na vertical dispõe de mais duas pequenas traves em  madeira, estas na vertical, para que a pessoa que manuseia o boneco o possa segurar com as mãos correctamente e fazer com que o boneco rode; movimento tão característico dos Gigantones. No cimo da estrutura é soldada uma chapa metálica com espigão em tubo metálico também, onde assenta a cabeça do boneco. Com experiência nestas lides, posso afirmar a título de curiosidade que em dias de muito vento é dificílimo o correcto manuseamento do Gigantone! A cabeça é feita em pasta de papel, que depois de seca e aplicada na estrutura que a compõe, metálica ou em papel, é pintada com tinta acrílica. Depois de seca, está pronta a ser utilizada. Os braços podem ser soltos ou presos à estrutura metálica. O seu peso pode variar em função dos materiais utilizados mas regra geral anda sempre à volta dos vinte/trinta quilos! Daí advém a dificuldade em manusear estes gigantes associada ao seu tamanho descomunal e que lhes dá aquela amplitude de movimentos limitados, tão característicos! Um movimento tão solene! São normalmente usados em grupos ou pares, nunca sós, representando o parolo, o doutor, a senhora, ou então casais tipicos, como o "Manel e a Maria" que vão para a Romaria, acompanhados de seus Pais e Sogros (os bonecos com cabelos brancos, por exemplo) precedidos pelo séquito de filhos, os não menos famosos Cabeçudos, figuras mais simples, com cabeças anormalmente grandes, envergadas por pessoas vestidas com roupas garridas. São estes, com as suas danças frenéticas, que transmitem à assistência a alegria e folia da festa pelo que por vezes as suas "caras" representem até demónios e outros seres.

Há já muitos séculos, estes bonecos são utilizados em cortejos processionais ou etnográficos e na zona de Viana (carece de fontes), em busca de mais um número para o cartaz das festas, em pleno século XIX, quando ainda se "montava" o figurino da Romaria; aquando de uma visita à Galiza, um Vianense assistiu incrédulo ao frenesim que estes Gigantes proporcionavam junto do povo assistente, adoptando então de lá para cá, esse costume! O costume virou moda e de moda passou a tradição e a um dos números mais carismáticos e ruidosos do cartaz da Romaria da Senhora d´Agonia!

Esta tradição do Gigantone, boneco enorme e animado, vingou (felizmente) um pouco por todo o nosso País e não há festa, ou romaria, ou corso carnavalesco em que estes "bons" gigantes não apareçam. Um dos encontros de Gigantones mais marcantes no nosso País acontece na cidade de Braga por alturas do S. João, onde se realiza o encontro anual de Gigantones e se podem observar algumas dezenas deles dançando solenemente ao som dos bombos tocados pelos grupos de Zés Pereiras. Aconselho, a quem ainda não o viu, a ver pois, é um espectáculo composto por muito som, côr e alegria. Em Espanha as principais cidades ou províncias que utilizam nas suas romarias ou festas anuais o Gigantone, são a já referida e nossa vizinha Galiza, toda a zona de Burgos no norte (uma das mais importantes em Espanha, onde este fenómeno é muitíssimo popular) e Pamplona, famosa pelas festas de S.Firmino e as largadas de touros.




Entretanto, se alguém se interessar por este tema tão tipico, tão nosso e queira aprender, terei todo o gosto em transmitir os meus conhecimentos, naquilo que é necessário para a elaboração de um Gigantone. Não se acanhem, é só dizê-lo! Até que seria fenomenal em Lanheses aparecer um grupo de malta interessada e começar a construir Gigantones e Cabeçudos! E porque não? Já vi um excelente grupo de "jovens Lanhesenses entradotes na idade" a construir e muito bem, marionetas, que tal Gigantones?

Em Viana os Gigantones saíram à rua novamente e pelo que sei, transmitido-me por familiares (pela primeira vez em trinta e seis anos de vida, não estive presente) voltou a ser um dos grandes números da Romaria d´Agonia...ou...o grande número, como não poderia deixar de ser!

Viana são...os Gigantones...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pelos caminhos de Portugal...final.

Não aguentei esperar mais e de uma pernada só, fiz a última etapa da viagem, Figueira da Foz-Lanheses. Duzentos e vinte e picos quilómetros em estradas muito agradáveis de se conduzir, muitas delas nacionais, passando por terras lindas, algumas bem características; destaco Vagos, as Gafanhas e claro, Aveiro com a sua Ria e centenas de ninhos de Cegonhas. Um pequeno grande, apontamento, este País está de tal modo falido, que tudo o que é autoestrada ou algo a roçar a sua semelhança (por vezes sem o mínimo de qualidade para como tal ser caracterizado), se pagam generosamente!!! Que má imagem dá um País aos muitos estrangeiros que o cruzam rodoviáriamente, com tanta portagem electrónica (tão em voga nestes tempos) e com as tantas normais portagens, também! Vê-se logo que a governação vigente precisa desesperadamente de dinheiro...um roubo descarado, ninguém disfarça! Não entendo como diabo andam os Portugueses(as) tão caladinhos nos seus afazeres...não entendo mesmo! Só para dar uma ideia; a minha ida de Grijó (inicio da mais que paga A1) a Grandola (Alentejo) ficou-me em classe 2 por uns módicos 37,50€!!!!!!!! Digam lá se isto não é roubar!!!! Não caí no mesmo erro duas vezes e passei a adoptar as Nacionais como prioridade a seguir! Outra situação repugnante que tenho de citar é o facto por mim registado de que os combustíveis no Sul, são muitíssimo mais baratos que no Norte, onde um litro de gasóleo custa em média 1,33€ (em Setúbal num hipermercado a 1,23€!!!); contra os vistos acima da zona de Estarreja (a nossa) a 1,38€...na moeda antiga dará médias de 10 escudos de diferença...um valor bem alto, na minha modesta mas, irritada opinião...esses senhores que se pavoneiam de gravata são autenticos LADRÕES!!! Para quem defendeu a liberalização dos combustíveis, tomem lá e...PAGUEM!!!

Algumas fotografias do regresso:
A Figueira ficando para trás...

Parados nos semáforos no centro de Vagos.

Ria de Aveiro.

Bom; o que interessa (QUERO É FALAR DE COISAS AGRADÁVEIS) é que já estou em Lanheses (já enchi os pulmões com este ar maravilhoso da nossa aldeia), ainda não fui ao rio nem à veiga mas, amanhã com os meus peludos, terei todo o dia para lá passar e primeiríssima coisa, atirar-me de mergulho para aquelas ervas que tão bem conhecem o meu corpo!

Entretanto um desabafo...dei por mim agora mesmo a divagar em pensamento, no maravilhoso luar que o Alentejo e a Zambujeira do Mar me proporcionaram estes dias passados...partir (a meu ver), significa dar valor ao voltar para se valorizar onde se habita sem esquecermos aquilo que de belo e visitado tanto mexeu com o nosso interior...

Conclusão: Após uma semana e uns 1800 kms (+-) feitos por variadíssimas estradas, pernoitando por razões de segurança e conforto, em parques de campismo (muito bons tenho de o afirmar, com excepção de um no Meco) e uma pipa de massa gasta em portagens, valeu bem a pena pois, desbravar este Portugal por mais que esteja falido, é de sonho...é de uma beleza impar! Fiz toda a costa portuguesa desde a Zambujeira do Mar a Viana do Castelo a bordo da J5, uma autocaravana Peugeot de 1985 que foi a estrela da viagem, sem nunca vacilar, aquecer e tão pouco avariar! Se a viagem foi perfeita, a ela o devo...também a trato com muita meiguice...é um facto!


Estacionadinha junto ao fabuloso Mosteiro de Alcobaça, descansando...

Fim de viagem. A próxima está já em projecto...


Pelos caminhos de Portugal...

Estas férias apeteceu-me algo diferente e se tal o pensei, tal o fiz e, lá foi a J5 por esse Portugal fora! Conclusão; debaixo de uma chuvinha aparvalhada que cai aqui na Figueira de Foz (onde pernoitarei), antes de amanhã continuar viagem rumo à minha querida Lanheses; pude uma vez mais (muitos dos sitios por onde passei já conhecia) constactar que este nosso Portugal é de uma colossialidade sem par, para ser visitado e conhecido! Pena ser à décadas tão mal governadinho mas...isto são outras cantigas...Bem...lema de férias-  desbravar pelos caminhos de Portugal, quase toda a costa nacional! Saí de Lanheses, rumo ao Alentejo (viagem longa para quem vai de autocaravana), mais própriamente distrito de Beja, à Zambujeira do Mar e nesta fiquei encantado, maravilhado com tudo; desde o parque de campismo, a aldeia (tão bela), o ambiente (tão sensualmente hippie e descontraído), as praias rochosas de águas calmas e quentes, o calor ofegante, as gentes (portugueses e estrangeiros também), a gastronomia, o luar e (este ponto mais particular) as "montanhas" de autocaravanas antigas que com o meu olhar se cruzavam! Amei e retornarei de certeza!


Rua na Zambujeira.

Praia do Meco ou, do Moinho de Baixo.

Mosteiro de Alcobaça.

Figueira da Foz

Afinal, vale bem a pena deixar o nosso dinheirinho para as férias, no nosso País! Após a Zambujeira, inicio da subida da costa Portuguesa. Três etapas! A primeira da já referida aldeia da Zambujeira até à Aldeia do Meco, em Sesimbra. Esta parte da costa bafeja-nos com sitios maravilhosos, desde Odemira, Vila Nova de Milfontes, Porto Covo e mais para cima a bela Serra da Arrábida, Palmela, Setubal (para esquecer) até chegarmos à Aldeia do Meco que (perdoem-me a inconfidência) me desiludiu bastante não fazendo em nada jus à fama que tem. A praia, essa sim, magnífica a perder de vista, o resto...só fama! Injustificada! Um amontoado de casas povoado por alguma gente de aspecto bem duvidoso e nem o famoso "Amo-te Meco" (ás moscas) salva a fotografia!

Segunda etapa; Meco-Figueira da Foz, voltam de novo as aldeias tipicas e belas, apanha-se logo a Lagoa de Albufeira; lago com paisagem a condizer...lindíssimo, para logo depois nos começarem a surgir mais e mais, pequenas aldeias até que passados alguns quilómetros de planície, começam a surgir as cidades de Almada (prédios e mais prédios) e Lisboa, travessia na mais que paga Ponte 25 de Abril e travessia da capital, para passados alguns quilómetros tomar o destino das Caldas da Rainha, Alcobaça (fascinante com o seu Mosteiro), Nazaré com as Mulheres das sete saias na rua anunciando imóveis para aluguer; perdeu-se o genuíno toque da mulher das lides do mar; praia e ruas apinhadas de gente (como se fossem mosquitos) e um sem fim de poluição, quer atmosférica, quer sonora! Nazaré, na minha perspectiva, traduz na perfeição a ideia daquilo que não deve ser o turismo de massas e por vezes o progresso...descaracterizaram totalmente a cidade! Enfim...continuando rumo à Figueira, apanhamos a terra do vidro e dos vidraceiros, a Marinha Grande, bonita e limpa (agradou-me) logo seguida de Leiria com o seu Castelo no alto a velar pela cidade para depois nos metermos pela linda EN109, entre frondosos pinhais e zonas dunares, até à Figueira, onde agora estou!

A terceira etapa será  Figueira-Lanheses feita, ainda não sei quando! Provávelmente amanhã...ou não...são as férias e vale bem aproveitá-las, mesmo que o tempo se tenha embrutecido!

Aproveitando o facto de ser fim de semana viajei sempre por Estradas Nacionais e IC´s, evitando assim uma pequena fortuna gasta em portagens e também, juntando o útil ao agradável, conhecendo o Portugal profundo!

Óbviamente que muito mais poderia referir neste post mas, acreditem, que se fosse redigir tudo, estaria aqui umas duas semanas ou mais (no mínimo) a escrever. Referi apenas alguns dos sitios que mais me marcaram pela positiva e alguns pela negativa.

Uma coisa é certa, como dizia a canção cantada por Mário Gil, concordando plenamente - Pelos caminhos de Portugal/ eu vi tanta coisa linda/ vi o mundo sem igual...


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Saudade.

Há hora da publicação deste post, os foguetes já foram lançados e os Gigantones e Cabeçudos já dançam frenéticamente ao som do troar dos bombos tocados com afinco pelos Zés Pereiras e Zabumbas. Começou a Romaria da Agonia! Ocorre-me neste momento, longe de Viana, longe de Lanheses somente a palavra saudade. Saudade! Algures perdido neste Portugal tão bonito para se desbravar e conhecer, em pleno Parque da Costa Vicentina, onde reina o calor sufocante e as águas cálidas do Atlântico, o meu pensamento acordou em Lanheses e Viana.
Em plena Zambujeira do Mar, aldeia linda e calma (o festival do sudoeste já se foi) encostada ao já referido Oceano, no distrito de Beja, ando a conhecer uma das zonas mais belas e tipicas das tantas que povoam este nosso País. Não podia deixar de; em  forma de sugestão de férias para todos os meus amigos Lanhesenses, recomendar este cantinho do País, onde as paisagens são de cortar a respiração, as praias de muito boa qualidade e o ambiente é calmo, um pouco nostálgico mas muito, muito acolhedor. Sines, Zambujeira do Mar, Porto Covo, Odemira, Vila Nova de Milfontes; estão todas aqui bem pertinho umas das outras; o que resulta numa experiência de férias bastante aprazível. Para quem dá valor (como eu) a lugares calmos para se passarem as férias, deixo esta sugestão. Venham; porque realmente é muito agradável, lindo e sobretudo, calmo! Ah...e as águas deste imenso Oceano que é o Atlântico, nestas zonas, já começam a aquecer, pelo que nadar em águas mais quentes e transparentes se torna também uma experiência bem saborosa!

Eis algumas fotos da Zambujeira do Mar e algumas praias.




Dias quentes, se vivem aqui para estes lados, onde reina o Sol e a boa disposição e, onde com saudade me lembro que em Viana começou a Romaria das Romarias, que tanto prezo e há qual por escolha própria este ano, resolvi não presenciar.

Confesso que este estranho acordar mexeu comigo...


 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Férias.

Após um ano de muito trabalho, eis chegada que é a altura de o Something Special e o seu autor mudarem de ares por uns tempos e rumar em direcção ao calor e a temperaturas bastante mais altas, na busca de alguns dias ociosos sem ter nada que fazer, bronzeando as peles e aproveitando também para conhecer novos lugares, novas gentes.

Confesso que me vão fazer falta acompanhar as Festividades em honra da Sr.ª da Agonia, a Romaria das Romarias de Portugal, da qual (como Vianense orgulhoso e convicto) anualmente participo mas, por razões de calendário, se predestinou assim este ano. Confesso ainda que sentirei muito a falta da minha querida Lanheses e fundamentalmente da Veiga e Parque Verde onde, após estes dias ociosos, a mente retornará revigorada para absorver de novo durante um ano mais, tudo que esta aldeia me tem para dar! Férias são mesmo isso, partir para depois se valorizar, o voltar e chegar a casa!!!

Parto rumo ao Sul, não completamente desligado, levarei a conectividade comigo e se achar que algo de muito criterioso; alguma doce sensação, algum lugar em especial,  mereça ser mencionado neste espaço, podem estar certos que assim o farei.

Fotografia tirada ao autor do blogue, no Sul de Espanha, Almeria.

Deixo Lanheses para trás mas, em breve retornarei à nossa aldeia...Até breve e bem hajam!!!


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

15 de Agosto. Dia de não se poder passar na ecovia até à foz do regato da Silvareira!

Foi um belo dia de Verão este dia 15 de Agosto, embora um pouco ventoso, a temperatura do ar esteve a níveis próximos dos normalmente registados para a época que vivemos. Tempo quente; pessoas felizes, famílias em amena cavaqueira, muita malta no Rio Lima aproveitando o Sol; outros muitos, passeando pela área do Parque Verde, outros nas esplanadas refrescando-se com algumas bebidas e gelados à mistura; enfim, Lanheses fervilha de vida, de alegria, por estes dias quentes de Verão. É belo de se ver como a "nossa" aldeia, ganha outro encanto, outra magia, nestes dias cálidos. (Não o deixa de ser bela noutras épocas, é certo).

Mas (e há sempre um mas), entrecortados por outros sons; os "sons do Verão", esmoreciam sempre que se ouviam o troar dos canos das espingardas na zona da Veiga, sinónimo que mais uma época de caça se inciou e, que algumas boas centenas de Rolas (entre outras espécies) morreram hoje. Não adiantou de nada os apelos da Quercus, para que se iniciasse mais tardiamente a época de caça à Rola Comum pois, muitos ninhos ainda têm posturas tardias e a esta hora muitos passarinhos famintos estão no ninho à espera da chegada dos seus Pais, com a tão almejada refeição! Muitos desses Pais, não chegarão mais ao ninho pendurados que estão junto à cintura de um qualquer ser humano vestido à militar e, os mesmos passarinhos, estão neste momento a morrer à fome, outros já foram até devorados por outros animais...a natureza não se compadece dos fracos! Bárbaro! E as armas dos senhores que usam fato esverdeado à militar, essas, não se calavam! Foi um belo dia 15 de Agosto, dia de Missa, dia Feriado de Igreja onde se comemorou a Assunção de Maria, mãe de Jesus de corpo e alma aos Céus! Ao mesmo tempo foi dia de carnificina! Interessante, a estranha dicotomia do Ser Humano!

Para quem quis utilizar a Ecovia, como eu, em direcção à Foz do Regato da Silvareira, foi dia de dar meia volta, retroceder a marcha ou passeio (como quiserem) e utilizar outras zonas porque o soar dos canos das armas é realmente assustador! Foi um dia mesmo "fixe" para não se poder ir até ao já citado regato, o tempo até estava quentinho, assim como o cano de muitas armas!

Gostava de perguntar a quem de direito, como resolver este embróglio porque, zonas de caça, ecovias e parques verdes para lazer, tudo sito no mesmo local, não combinam mesmo nada!


Nota Breve - Hoje fiquei estarrecido com a atitude de um Lanhesense, que ao conduzir a sua "stationwagon" cinzenta (apetecia-me mesmo revelar o nome) em direcção ao cemitério, avistando um pequeno cachorro na estrada ao invés de se desviar, ou reduzir a marcha, tentou intencionalmente atropelá-lo desenhando um daqueles ziguezagues mirabolantes, tipico de quem não sabe o que anda a fazer na estrada! O pequeno cachorro assustado, sem reacção, nem se desviou e o Lanhesense a rir lá continuou a sua marcha...ISTO NÃO SE FAZ...QUE FALTA DE HUMANIDADE...meu caro, já dizia o velho ditado - "quem com ferros mata com ferros morre" - e olhe que ser colhido por um automóvel, não deve ser nada agradável! Esta atitude incomodou-me realmente bastante!

domingo, 14 de agosto de 2011

Sugestão de leitura. Nova rubrica neste blogue.

Todos sabemos que um dos melhores "amigos" que podemos ter é o Livro. Neste blogue uma nova rubrica se inicia, sobre esse mesmo tema, os livros. Nestes tempos modernos a leitura, um pouco por toda a parte, foi relegada para segundo plano ou até mesmo posta de lado, causada por variadíssimos fenómenos; desde o desinteresse das pessoas em geral pelos livros; outros "prazeres", que se afiguram mais idóneos a cada um de nós e até o quotidiano stressante porque muitos de nós passámos, nem sequer lembrando-nos em tirar um tempinho livre para nós mesmos, tentando desfrutar dos prazeres da vida. Os que podem e têm tempo para isso, claro está! Ora, um dos grandes prazeres da vida (para mim e outros tantos Lanhesenses como eu) é precisamente o tirar de um tempinho, por mais infimo que seja, para pôr a leitura em dia. O hábito da leitura de um livro, de um jornal, de uma revista de especialidade, cultiva a nossa mente, fazendo com que se alarguem os horizontes da nossa cultura um pouco mais, estimulando também, o cérebro.
Pois bem, decidi criar esta rubrica, de modo a influenciar um pouco as pessoas a que leiam nos seus tempos livres, ou numa pequena parte deles, deiam atenção à leitura pois, enquanto o fazem estão a enriquecer a sua cultura geral e a aprender muito mais. Todos os meses, apresentarei um livro para ser lido, que ache, seja de qualidade e hoje mesmo passo à apresentação de um deles. Sem qualquer tipo de pretensiosismos, o que para mim pode ser bom, para outros poderá ser uma bela de uma porcaria. Tenho de salvaguardar este ponto e quem achar por bem, pode sempre discutir na zona de comentários. Sugestões claro está, também são muito bem vindas! 

O livro que decidi apresentar, é de fácil leitura, óptimo para este mês de férias em que estamos, Agosto e leva-nos como quase por magia para outros tempos, tempos dificeis onde a emigração no País era tema decorrente. Falo de "A Aldeia das Mulheres"; escrito por um professor/escritor Transmontano, Manuel António Araújo, radicado em Chaves e aborda um tema muito eloquente; a emigração que se viveu neste País, há tempos idos, onde nas aldeias do interior se via uma fuga desenfreada de homens que se faziam ao mundo em busca de condições de vida e remuneração mais satisfatórias, ficando por sua vez estas mesmas aldeias desertas deles, restando as Mulheres (que se viam de repente como as líderes das suas casas), as crianças, os velhos e o Padre. "Pousos", a aldeia retratada neste livro, fictíciamente, poderia ser uma qualquer aldeia portuguesa onde este fenómeno ocorreu massivamente e onde as mulheres juntas, privadas dos seus maridos, tiveram de fazer pela vida, muitas delas não recuperando ou revendo mais, o seu homem.


Escrito numa linguagem simples; algumas vezes rude (passível de ferir susceptibilidades), outras muito cuidadosamente, aborda temas muito interessantes, alguns bastante polémicos mas que como todos sabemos, aconteceram na realidade; desde a vida dura na aldeia sem os braços fortes dos homens para realizar as variadas tarefas do dia-a-dia, a falta de satisfação dos prazeres da carne, as relações Padre-Paroquianos/as, o matriarquismo, lesbianismo, sexualidade, emigração, desertificação do interior e capacidade de muitas mulheres em sociedade, viverem sem homem.  Nada machista, acho-o uma ode à feminilidade, onde se mostra um pouco abrutalhadamente a Mulher como um ser poderoso (a meu ver o é) que as agruras da vida não conseguem fazer vergar, nunca.

Uma sugestão em umas quantas 165 páginas, de boa leitura, onde se exalta o feminismo da Mulher, neste livro retratado (ficticiamente), numa aldeia perdida de Trás-os-Montes mas, exemplo, das muitas por este País espalhadas, num interior cada vez mais desertificado. A meu ver muito bom. Recomendo.

Sei que hoje em dia (como tudo nesta vida), os livros estão a preço muito elevado e haverá alguns que não poderão dispender de numerário para a sua compra mas, aceitem esta minha outra sugestão, se não estou em erro (corrijam-me se assim o estiver a fazer mesmo que inocentemente) mas, mensalmente temos (e muito bem) em Lanheses a Biblioteca Itinerante, acontecimento cada vez mais raro num País que vem a desprezar largamente a Cultura, onde por um preço bem mais baixo se podem alugar este e, outros livros.

Boas leituras...