segunda-feira, 24 de outubro de 2016

OS PRIMEIROS TONS DE OUTONO!

Sentado no cadeirão da varanda exterior, com vista para os campos, castanho olhar percorre a paisagem e deleita-se com os tons da natureza, entre os verdes escuros, alguns verdes claros, mesclados com os tons de ocre, de amarelo e tons de castanho. 

É a dança das Estações do Ano e quem "baila" neste momento é o Outono! Já se visualizam perfeitamente as suas cores na paisagem (ainda) verdejante, quando a mãe natureza, já prepara muito de si, para o sono invernal que em breve chegará.

As primeiras folhas vão amarelando, das árvores vão caindo, as flores fecham as suas coroas e muitas das aves que visitam este pequeno quintal por alturas do Verão já não se vêem, apenas restam os pardais e os piscos-de-peito-ruivo, teimosamente a restar pela verdura do relvado deste pequeno quintal...

Nas chaminés vizinhas eleva-se muito suavemente no céu (pejado por alta neblina) uma ténue fumarola, prova de que algumas lareiras ou fogões já queimam madeira e em campo vizinho, dois canastros sob verde oliveira, feitos de canas de milho secas, compõem este cenário de calmaria!






































Soberbos(...)estes finais de tarde onde a calmaria reina e toma conta da alma, mesmo, supõe o autor do blogue, que essa mesma alma possa ser a mais rebelde de todas as almas que divagam pelo espaço, merecedora sendo, em contemplar e provar de momentos como este! Logo ali se torna complacente...

Em frente a castanho e humano olhar, empoleirados em acinzentado muro, dois piscos conversam estridente e alegremente!
Não é belo este quadro?


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

OUTONO - EMOÇÃO EM DEZ TERCETOS

Outono dos tons dourados
entre matizes castanhos,
ocres, amarelos, queimados.

Outono da vida tida e mantida
arrefecer de uma alma aquecida
preparação para o adormecer da vida.

Desfolhar como as árvores desfolham
e os primeiros pingos de água,
muitas almas molham.

Outono da borralha
da castanha
e da fornalha.

Lareiras de emoção
frias, que com lume brando
aquecem outonal coração.

Outono das neblinas matinais
das geadas intemporais
orvalho nos canaviais.

Das longas noites frias
curtas alegrias
acastanhadas fantasias.

Outono da flanela
lençol aconchegante, amor na lapela,
acastanhado amante.

Perde a coroa a flor
perde-lhe o estame, perde a cor,
entre a flanela do Outono.

Dois corpos encontram o amor
ocre flanela num sono
dois amantes em castanho trono!


(do autor Sérgio Moreira)


O COLOSSO PRECISA DE CHUVA...

O colosso tronco precisa de chuva, precisa de água que lhe sacie a sede, ou em breve um dos mais espectaculares símbolos arbóreos desta aldeia tenderá a morrer...







Em conversa com o autor do blogue, o seu proprietário mostrou-se consternado e triste, no entanto e tal como quem escreve estas palavras, a esperança é a última a morrer; esperemos pelas época das chuvas! Talvez o colosso não esteja seco e morto e no Outono com a humidade que lhe é característica, esta colossal árvore se possa salvar...

Seria uma tremenda perda para esta aldeia, que exemplar histórico e colossal, colossal dada a sua desmesurada dimensão, histórico, como testemunha de uma emigração não muito longínqua para terras de Vera Cruz, Brasil, onde ainda hoje, residem inúmeros lanhesenses, mesmo que nada tenha que ver com o coberto vegetal autóctone nacional, viesse a desaparecer de humano olhar que a possa observar!

Entretanto os dias passam lentamente e cada dia que passa para esta árvore é um dia de luta pela sobrevivência. Venha a chuva!