Tão distante e ao mesmíssimo tempo tão perto!
800 horas de dedicação, o tronco de um pinheiro brasileiro Araucária Angustipholia, outro de um pinheiro bravo Pinus Pinaster, muito trabalho, enchó redonda na mão e alguma ajuda mecânica de motosserra, são o resultado do agora exposto conjunto no Largo da Feira, da dupla Piroga Monóxila pensada e construída pelo amigo Manuel João, como tenho o gosto em apelidar, Mestre Caninhas.
Com a ajuda de alguns amigos que dedicaram umas quantas dezenas de horas na construção desta dupla piroga, o Mestre leva mais uma obra relacionada com o rio a "Bom Porto", como se afirma na gíria dos homens do rio e do mar, no seguimento de outras duas, o Àgua-arriba (já agora, fica a questão - onde anda ele?) e a primeira Piroga Monóxila.
A mim, em particular deu-me um tremendo gozo ajudar nos textos e na criação do soneto elucidativo da obra realizada, e que obra esta!?!
Como afirma Caninhas, em aí está para navegar este e outros rios, águas calmas ou turbulentas, sempre, mas sempre com um propósito:
- Que esta barca seja de todos e para todos os Lanhesenses, sem excepção!
Seja respeitada a sua vontade!
O blogue está de volta, esta é uma especie de rentrée mesmo estando eu a 1200km de distância. Poderia aqui afirmar e escrever muito mais sobre Lanheses, mas nem me apetece, deixo o protagonismo a quem o merece, neste caso particular, a obra e o homem, Mestre Caninhas!
Cantemos as águas e o vento
Nesta barca a velejar
No Lethes do esquecimento
Sonhemos sempre em navegar!
Cantemos o Homem e a Natureza
A vontade de Deus cantemos
Do pensamento nasce a beleza
A Deus e aos céus oremos!
A História não se faz dos esquecidos
A História faz-se de acções
Tantas horas e minutos derretidos
Que agora nos enchem os corações
Sangue, suor, lágrimas, ora tidos
Nesta barca das sensações!
Dedicado a Mestre Caninhas
Do autor Sérgio Moreira