sexta-feira, 30 de setembro de 2011

É triste...

Já há tempos atrás, neste espaço virtual tinha noticiado que o posto de observação ambiental, junto ao "Olho" e virado para a Ponte de Linhares, tinha sido vandalizado. Hoje ao passear-me por aquela zona bastante aprazível (uma das mais belas, senão a mais, em termos Naturais) e entrando na referida edificação, pude constatar com infinita tristeza, que a estupidez humana aumenta de dia para dia e não tem limites. É triste, muito triste mesmo...

Um dos painéis explicativos com os vários animais que compõe a fauna local, neste caso o dos mamíferos, répteis e anfíbios, para além de ter sido riscado maliciosamente por gente com pouco tacto cerebral, há já algum tempo a esta parte, foi agora, completamente dilacerado, faltando-lhe uma significativa parte em formato de uma tosca circunferência.

Nem me vou mais alongar em comentários! Para quê? Deixo as tristes fotografias que captei com o meu muito baratucho telemóvel! Peço desculpa pela pouca qualidade das imagens!


Está agora, nestes estados...degradante no mínimo, o espectáculo...

Embalagem muito "sensual" de preservativo, esquecida no chão...convenhamos, com tantos sítios lindos na veiga para copular (perdoem-me a sinceridade), porquê utilizar esta edificação para aquilo que não foi projectada!

Mais lixinho em abundância...fuma-se caro para aqueles lados...!!!

O que resta do plástico pertencente ao painel...foi um prazer derretê-lo...com certeza (phonix)!

Contra o mau hálito, nada como uma pastilha, a embalagem, essa...fica no chão!

Alerto a nossa Junta de Freguesia, caso acompanhem este blogue, para que alguma medida venha a ser tomada, senão em breve terá, a edificação completamente destruída.

É triste, mesmo muito triste...e a cada dia que passa, olhando às atitudes e acções do dito Homem Civilizado (que de civilizado não tem nada), mais me apraz conversar com as árvores e com os meus cães...



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mais parece um dia de Verão...

Mais parece um dia de Verão, mas não o é. É um dia de Outono, encalorado, soalheiro, lindo! As vistas da Ponte que atravessa o Lima, para Lanheses e para a veiga são soberbas! O milho que ainda resta em pé, em abundância, nos campos da veiga, é abanado bucólicamente por este ventinho quente de Sudeste! Prenúncio de nuvens para os próximos dias! Mas, agora, neste momento reina o Sol e Lanheses ao longe, afigura-se-me ainda mais bela, mais branca, relaxada, com a Torre Sineira da Igreja, lá no alto, velando pela aldeia!








Magnífica, a paisagem! Magritte, Cézanne, Monet, Gauguin, entre outros, se fossem vivos e se por aqui passassem, pintariam certamente belas telas impressionistas! Não o fazem eles, por variadas questões óbvias, faço-o eu, em palavras e em fotografias, neste momento em que desfruto destas horas e momentos sem igual!

É de todo maravilhoso, sentir o vento de sudeste, que nos vem refrescar as faces, num atípico dia de Outono, em Lanheses...


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sugestão de leitura - "Longe do meu coração".

Depois do Verão que passou, tendo na nossa terra, tudo acalmado um pouco mais, nada melhor que uma sugestão de leitura que retrate um dos personagens mais importantes do mês de Agosto, do Verão e que nos brinda anualmente com a sua presença. O Emigrante.

Júlio Magalhães, dispensa apresentações enquanto Jornalista e famoso adepto Portista, mas, também nos tem mostrado a sua faceta de escritor. E que belo escritor o é! O livro, escrito pelo citado jornalista,  que trago este mês a este blogue, toca uma temática que muito tem em comum com Lanheses e a sua população. A Emigração. Na ressaca deste Verão passado, nada como pensar um pouco mais nos nossos emigrantes e entender, com a leitura deste livro, o porquê das escolhas dos mesmos em abandonar a Terra Natal, a família e certos confortos do lar (quando os havia). 

Longe do meu coração, traça a história de Joaquim, que sem perspectivas de futuro e de trabalho num Portugal cinzento e fechado sobre si, de outrora , resolve, como tantos outros Portugueses, atravessar a fronteira e procurar uma vida melhor em França, de onde as novidades que cá chegavam, a retratavam como terra dos sonhos e das oportunidades, de então! Nada mais errado e através de inúmeras peripécias e agruras, o autor nos demonstra, através do seu personagem, o que foi a emigração portuguesa para França (a dos primeiros Portugueses a chegarem lá) e a vida nos bidon ville, os famosos bairros de lata onde centenas de famílias portuguesas viveram em condições paupérrimas e degradantes, fazendo o trabalho que muitos franceses, à época, não queriam fazer.


Um livro de fácil leitura, muito bem escrito, usando o autor, uma escrita simples e fluída, que nos cativa desde a primeira página, até à última. Com deliciosos pormenores à mistura! A acção, vai-se desenrolando rapidamente e quando nos apercebemos, estamos já, nos últimos capítulos. A história do personagem Joaquim, leva-nos para um tempo vivido de dificuldades, num Portugal acorrentado e amordaçado, que os seus jovens "a salto" (muitos deles) deixavam para trás em busca (nunca criticável) de condições de vida melhores e prosperidade. Para saber mais, basta lê-lo!

Como noutros trabalhos seus, Júlio Magalhães revela-se-nos neste romance, um exímio contador de estórias, que embora ficcionadas, denota nos pormenores, muita pesquisa, muita realidade. O resultado não poderia ser melhor! Um livro simples mas extremamente lúdico, com o qual muito aprenderemos, desde aspectos da nossa história, como foi neste caso particular, o capítulo da emigração, até à aventura em que a nossa vida se pode vir a  transformar! Excelente!

Aconselho a sua leitura e depois disso, tenho certamente a certeza de que muitos dos que o lerem, olharão a personagem do emigrante, pelo menos, de forma diferente da habitualmente esteriótipada.

Boas leituras.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Anúncios de Outono para os lados do rio.

Os Plátanos Bastardos, ou Bordos, ou Padreiros, da família  Acer, que ocorrem no Parque Verde, anunciam o tempo outonal, que se avizinha. As suas folhas, começam a mudar de cor e tal qual os seus "primos" no Canadá, que cobrem a maioria das florestas do citado País, estarão em breve lindos para se observarem, com as suas copas completamente avermelhadas.

 



Aproveitemos da melhor maneira o que resta do tempo quente, porque em breve os dias serão ainda mais curtos e as primeiras geadas outonais, não tardam a chegar.

domingo, 25 de setembro de 2011

Germinar bolotas.

Tarde de Domingo solarenga com pouco para se fazer, a não ser relaxar. Nada melhor que aproveitar o tempo disponível e pôr a miudagem a fazer uma experiência. Como germinar sementes de Carvalho, as conhecidas de todos nós, as Bolotas.

O clima já fez muitas delas amadurecerem e nas zonas do rio junto aos Carvalhos que por lá ocorrem, podem-se apanhar algumas das muitas que jazem no chão, ou até, tirar das árvores, embora o mais correcto seja que se apanhem do chão. Devem-se escolher as maiores pois, são as que têm mais substância, tendo em vista a sua correcta e mais fácil, germinação.

Foi o que fiz com a minha sobrinha de nove anos (os miúdos adoram estas experiências e cultivam o saudável gosto pela Natureza), fomos ao rio e ao Parque Verde, reunimos uma boa quantidade de bolotas, apanhadas do chão, e, em casa, preparamos a segunda fase da tentativa de germinar bolotas. Vamos lá ver se em breve teremos novos Carvalhos de maneira a que daqui a um ano possam ser transplantados para terreno. Carvalho porquê? Por pura e simplesmente ser uma das nossas mais emblemáticas espécies arbóreas, ou seja, autóctone. Em breve o farei com castanhas, do mesmo modo, a ver se daqui a um ano teremos novos Castanheiros, para serem por sua vez transplantados. Não sendo fundamentalista, tenho sempre preferência por espécies autóctones.

Em primeiro devemo-nos certificar que as bolotas escolhidas estão em bom estado para serem germinadas. Amadurecidas ou verdes (não importa), mergulham-se num recipiente com água e aquelas que flutuarem estão automaticamente excluídas, porque o seu interior já está apodrecido, não servindo então, para germinar.



Estão, como se pode observar, todas em bom estado pois foram "ao fundo", não flutuaram.

Em seguida, depois de limparmos de humidade as bolotas, preparamos o recipiente que as vai receber e que deve ser raso. Pomos uma camada de algodão, ou tecido em algodão, sem tratamentos químicos e humidificámos o mesmo, não ensopando no entanto. Após, depositamos no seu interior, as bolotas.



Depois de termos as bolotas, distribuídas pelo recipiente com o algodão húmido, pomos nova camada de algodão por cima, bem humidificado também e certificamo-nos que todas estão bem cobertas. Em seguida, guardamos num espaço de preferência escuro, dentro de casa, ou noutro qualquer, mas, longe da luz solar e de altas temperaturas. Regularmente de dois em dois dias, ou então diáriamente, convém ver se o algodão continua bem humedecido. E pronto, resta-nos esperar que a Natureza, cumpra com o seu dever e daqui por duas/três semanas as bolotas tenham germinado. Até lá vamos esperar.


Esta experiência de germinar bolotas também pode e deve ser feita, directamente no terreno, ou seja in situ, que, segundo os especialistas na matéria, é o mais acertado, porque as árvores que nascem deste género de germinação, são mais saudáveis, mais robustas e de melhor e maior desenvolvimento. Teorias. Na prática, ambos servem e uma vez dando resultados positivos (as bolotas têm uma alta taxa de germinação) lhes garanto que o bichinho fica cá dentro, por muitos e longos anos.

Um passatempo que é extremamente lúdico e educacional, que nos desenvolve e apura o gosto pela Natureza, pelas árvores, e, que em termos económicos tem um custo irrisório.

Esperemos então que estas bolotas germinem, de modo a passarmos à fase seguinte, a transplantação para recipientes mais fundos, com terra biológica, de modo a que, as jovens árvores se desenvolvam correctamente.

Até lá, boas experiências...

 

sábado, 24 de setembro de 2011

Jim Henson, criador dos Marretas.

Se fosse vivo, Jim Henson celebraria hoje 75 anos de vida. Não o é. Muito prematuramente aos 54 anos, uma pneumonia inconscientemente ignorada e depois mal tratada, retirou do convívio dos vivos, um dos criadores mais fabulosos, tal como Walt Disney, de personagens de animação. Ao abrir a Internet e como o Google é o meu motor de busca, não pude ficar indiferente ao doodle dedicado à celebração do nascimento de Henson, há 75 anos atrás. Este americano, foi o criador e manipulador dos famosos Marretas (The Muppets, em Inglês). Quem não se lembra do sapo Cocas, da incontornável e possessiva Miss Piggy, do narigudo e azarado Gonzo, dos dois velhotes que no alto da sua tribuna criticavam tudo e todos, Stadler e Waldorf, de Fozzie o urso cantor, de Rowlf o cão pianista ou até do Cozinheiro Sueco que preparava pratos nada típicos. Dei boas gargalhadas, juntamente com a minha família, quando maravilhados assistíamos ao Show dos Marretas, que passava na TV de então. Longe vão esses tempos de inocência e quando a televisão passava animação que fez de nós os adultos cerebralmente saudáveis de hoje, contrapondo com o tele lixo e a violência, que nos mesmíssimos dias de hoje, passa, para a nossa juventude. Quantas vezes Jim Henson e os seus personagens me fizeram rir e sonhar!

Juntamente com os Marretas, Henson, criou ou esteve envolvido na criação, de muitas personagens animadas; como A Rua Sésamo, Os Fraggles e ultimamente em 1990, pouco tempo antes de falecer os não menos famosos personagens, Tartarugas Ninja.

Hoje em dia, as suas criações continuam "vivas" mas sobre a alçada da Disney, com a qual se aliou em parceria nos últimos anos de vida (não imaginando o seu fim prematuro) e deixou aos seus, um colossal império. Quem se sentir curioso e queira consultar fica o link de acesso ao site de Henson, onde podemos de novo, sonhar.  

Quem não se lembra, Senhoras e Senhores o espectáculo vai começar...



Deixou-nos um legado de extrema importância, por isso o seu nome e este dia me merecem referência, neste blogue. Foi um criador de sonhos, inovador, inteligente que soube tomar partido dos seus sonhos e pô-los em prática, feito por vezes muito pouco acessível a cada um de nós.

Obrigado Jim por me teres feito rir muitas vezes, foi-se o corpo, mas, ficou a tua obra imortal!


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Equinócio de Outono.

Hoje dia 23 de Setembro, ocorreu o Equinócio de Outono, ou seja, por outras palavras hoje às 09,04h o Sol, na sua órbita aparente (vista da Terra) cruzou o plano do equador celeste. Por palavras mais simples, é o dia em que o Sol e a Terra (através dos seus movimentos de rotação e translação) estão paralelamente alinhados e toda a imaginária órbita do Sol cruza com o horizonte celeste do nosso Planeta, alinhado com os polos Sul e Norte, precisamente.

O eixo da Terra está totalmente na vertical, para de hoje em diante começar a inclinar gradualmente acarretando com isso o aumento da duração das noites. O contrário se passa no Hemisfério Sul.

É hoje, que a noite e o dia têm exactamente a mesma duração, 12 horas.

Este fenómeno, o Equinócio, ocorre duas vezes por ano, a 21 ou 23 de Setembro e a 20 ou 21 de Março e marca fisicamente o começo da Primavera e Outono em ambos os hemisférios terrestres, Sul e Norte, respectivamente. Portanto, para nós o Outono começa agora verdadeiramente (apesar da data de calendário ser 21 de Setembro, como já afirmei neste blogue, num post anterior) e, motivado pelos movimentos anteriormente citados, da Terra, nós que habitamos o Hemisfério Norte, caminhamos para o inverno, com dias mais curtos e noites mais longas, ao invés dos habitantes do Hemisfério Sul, que caminham agora para o Verão e os dias por sua vez serão maiores e as noites mais curtas. Este gradual diminuir dos dias, acompanhado pela mudança de hora (errada a meu ver), terá o seu apogeu a 21 de Dezembro, quando vivermos o Solstício de Inverno e o dia começará a gradualmente a aumentar de duração, até 21 de Junho, diminuindo a duração das noites.

Impressionante como a Natureza se comporta em termos astrofísicos, onde nada falha e tudo se repete ano após ano! Transformações acontecem, mas, neste caso a ocorrerem seriam com certeza para a vida na Terra, tal como a conhecemos, catastróficas!

Chegamos ao tempo em que a Natureza nos prepara para os rigores do Inverno, nas árvores amadurecem os frutos, as suas folhas amarelecem para depois caírem, as espécies migratórias partem em busca do calor e de outras temperaturas mais amenas e nós tiramos do baú, os casacos e gorros, para nos prepararmos para o frio que aí vem.

Ao som de Vivaldi, contemplemos o Outono. "As Quatro Estações", "Outono" - Andamento para quatro violinos e orquestra, composto por António Vivaldi.


Em Lanheses na área do rio e da veiga, as Andorinhas já partiram; das Cegonhas, por mais que procure, nem sinal; os ouriços nos Castanheiros já começam a amadurecer e pelo chão já se vêem milhares de bolotas amadurecidas, que os Carvalhos foram perdendo com a lenta mas gradual, mudança de estação.

É o Outono que chegou, em termos Naturais diz-se, tempo de preparação, para o Inverno que aí vem!


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Satish Kumar.

Este foi mais um dia destas nossas vidas, vividas sobre sufocante stress, motivado pelos mais variados motivos. Foi mais um dia em que milhões de pessoas ganharam muito dinheirinho, outros tantos, perderam também muito (hoje ocorreu um mini-crash bolsista a nível mundial), outros não têm nada a perder, outros tantos nada a ganhar e ainda há aqueles que hoje, também, morreram de fome! Alguns desses, crianças! Inqualificável! Este é o espelho da chamada, inteligência humana! Onde andará a verdadeira? Repugnante, no mínimo!

Pergunto?
Como se pode continuar a apostar num modelo que a cada dia que passa se mostra mais e mais falível, quase moribundo a roçar a cadaverice! Um modelo que não respeita nada, nem ninguém! O Capitalismo! O Liberalismo! Para o último tenho uma boa frase; - É tão inteligente ser-se liberalista (empreendedor) e no momento da verdade, o da liquidação de contas e pagamento de salários não havendo dinheiro para nada, somente buracos, socorremo-nos do Estado, para que haja...liquidez! Fabulosa, esta economia de fachada! - ora, como não haveria de ser bom, ser-se liberalista e empreendedor! Não há dinheiro, não importa, o Estado nacionaliza! Dá lucro? Alto e pára o baile, é tempo de privatizar!
E no entanto, este anedotário mundial, que são os tempos modernos, não abdica destes princípios; o da obtenção do lucro através da exploração do outro! É o capitalismo, no seu melhor, agora em pleno século XXI, selvagem...nem as bestas na savana são tão abestalhadas como as bestas de Wall Street, do Dow Jones, do PSI 20, do CAC e outras tantas praças onde se transaciona dinheiro, títulos. Todos os dias se borram de medo e pimba...toca a cair a pique e lá se vai a economia! São uns medricas, é o que são!Que vergonha para um bicho (nós humanos) que se acha tão inteligente, tão superior e ao mesmo tempo tão medroso, tão matreiro! Que vergonha! Qualquer coisinha nestes centros de roubo e lavagens de dinheiro, legalizados pelos vários Estados do Mundo, põe logo toda a gente engravatada a tremer; um tufãozito, pimba, lá caiem as bolsas; um ciclone, pimba, mais um tombo redondo; uma palavra mal dita de um qualquer demagogo armado em político, pumba, mais uma cambalhota tremenda! Deveremos depreender que estes gajos das bolsas são uns autênticos "cagõeszitos"...borram-se de medo de tudo...e pimba, novo tombo...isto é o capitalismo. O resto é só fachada, para que biliões de anónimos como eu e você, que está a ler estas linhas, o aceitem como única verdade! Mas há sempre outras verdades e se as há! Conheço uma que passarei a apresentar.

Dei-lhe nome ao tópico que hoje decidi criar, como que desabafo pelo que diariamente ouço nos noticiários! Confesso, começo a ficar saturado! São os Albertos João, são os buracos nas contas públicas, são os crashs da bolsa, é a falta de dinheiro, é a precariedade nas relações laborais, vigaristas e ladrões a passearem-se impunes pelas ruas do mundo, é a mais gravosa das gravosas faltas de respeito (para não lhe chamar outra coisa) em Novembro roubarem-me uma parte do meu subsídio de Natal para logo adiante virem a aprovar legislação de modo a que me possam despedir mais facilmente! Cambada de pulhas! E não me venham com a historieta que não é bem assim...ai não é? Então é para quê? Para criar mais emprego, não será certamente. Conhecendo a célebre idoneidade humana e patronal, só trará é desemprego! Analisando a economia, começo a depreender que se a mesma está falida mundialmente (e está), então uma das soluções será qualquer dia ainda termos de pagar para trabalhar. É para o que isto caminha! Bem, não me conseguindo conter em divagações, peço desculpa por isso, mas, assistir a este derrapar global enerva-me de sobre maneira! Lá vem mais uma recessão mundial a caminho! Ainda por cima quando temos ao nosso dispôr todos os meios para que o contrário aconteça! Admite-se que uns estoirem milhões, enquanto outros, por exemplo as crianças em África, ainda morram de diarreia, de fome ou de uma outra qualquer doença banal? É o Liberalismo...é, é...O único País que neste momento dá lucro (as economias emergentes), e cresce económicamente, compra divida de todos os outros (falidos que estão), é um País onde os salários praticados são baixíssimos e nem sequer se respeitam os mais elementares direitos humanos. Como pode ter chegado a esta batotice saloia o Homem Moderno? Traduzindo por outras palavras, para terem lucro uns, terá que haver prejuízo de muitos? O que é isto senão capitalismo? E os pobres Marx e Engels é que estavam errados? Pena ter existido na História Mundial, alguém como Estaline, protótipo mais que exemplificativo de aquilo que o Homem não deve ser...e que cedo se tornou!

Voltando ao tema do tópico, Satish Kumar (raio de nome esquisito, devem alguns pensar), referia-me a este nome como verdade que poderá tornar-se realidade contrapondo a verdade que se vive agora modernamente.
Adiante.
Satish Kumar é um homem com os seus magníficos 75 anos, Indiano de nascença, morador que é em Londres onde é professor no Schumacher College e discípulo de Ghandi, a grande alma, em Indiano, Mahatma. Empreendeu umas das maiores peregrinações a pé, pelo mundo e sem dinheiro, em favor da paz mundial, quando novo aos 25 anos, abdicou de tudo e se lançou numa caminhada de 13 mil kms. Inacreditável? Sim. Verídico? Totalmente! Isto sim é ser-se empreendedor! Com ele partilho muitas das opiniões de qual deveria ser a política mundial ou o caminho a que se deveria virar, abandonando em definitivo este de agora, de modo a que tudo o que disse atrás não tivesse sequer vindo a acontecer. Muitos apelidam-no de irrealista e sonhador, aos quais ele responde - Idealista eu? Ok. Mas os realistas estão a governar o mundo desde sempre e vejam no que isto deu. Várias guerras mundiais, fome, miséria, guerras no Afeganistão, Iraque e Líbia, crise económica, crise ambiental, pobreza. O nosso realismo não é sustentável. Pusemos um preço em tudo. A floresta tem um preço, os rios, a terra, a água, tudo se tornou uma mercadoria! - Verdade? É. Onde está o irrealismo desta afirmação?

Este admirável homem de 75 anos, muitíssimo bem vividos, inteligentes, coincidência conhecer outro com as mesmas características; esteve há dias atrás em Portugal a convite da Fundação Calouste Gulbenkian, para falar em Lisboa e no Porto, sobre o livro "Small is beautifull" ("O pouco é belo", numa tradução mais literária) de E. F. Schumaker; vindo de Londres em comboio afirmando que "temos de ir devagar para se chegar mais longe". Concordo na plenitude, com esta afirmação. A ânsia de tudo e a ganância, levar-nos-ão ao abismo. A sua convicção, assim como a minha, é a de que temos de abandonar este conceito errado de globalização e virarmo-nos um pouco mais para nós (produção nacional) e para a terra. Essa sim dar-nos-à  o sustento. Fala, não de uma crise mundial nem económica, mas sim de uma crise do dinheiro. Não é que o dinheiro não faça falta, faz (não sejamos fundamentalistas) mas o dinheiro deveria ser entendido como um meio para obter um fim e não ser esse fim. Nestes tempos modernos tudo se faz em prol do dinheiro (usamos as pessoas para ter dinheiro), e o dinheiro vale o que vale enquanto lhe dermos valor, serve somente para obtermos um fim, nunca deveria ser esse fim. A Natureza então, é extremamente generosa e estamos dia a dia em guerra com ela, guerra que se vencermos, dela sairemos perdedores. Um exemplo, se se plantar uma Oliveira uns anos depois ela dará de uma só semente milhares de azeitonas, isto não é generosidade? E como agradecemos? Aniquilando-a, destruindo-a (Natureza)! Temos de viver, não uma economia global, comprando tudo lá fora, importando massivamente, o que acarreta mais transportes, mais poluição e excesso de uso de combustíveis fósseis (que esgotarão um dia, estando já em declínio) mas sim, uma economia local, baseada na produção local e daquilo que a nossa terra nos dá, respeitando o Ambiente e a Natureza. A base do sucesso será essa, sem dúvida!

Para quem se interesse por este tema, deixo um link com uma entrevista a Satish, publicada na Internet, muito interessante e que certamente nos põe a pensar, pois este homem, através de palavras simples nos mostra um caminho de verdade a seguir, o caminho da simplicidade e do respeito tendo em vista o sucesso. A verdadeira verdade das verdades!



Eu já fiz a minha parte e continuarei a fazer, espero tão somente com este tópico poder influenciar algumas maneiras de pensar, é que; grão a grão enche a galinha o papo e, água mole em pedra dura tanto dá que até que fura. Havendo alguns que assim pensem e o continuem a apregoar, a insistir, possam com alguma lentidão, é certo, vir a provocar a mudança que urge na errada maneira de pensar do Homem Moderno.

Ela chegará um dia, espero é que não chegue já tarde...que mundo querem vocês para os vosso filhos? O dos Albertos João, ou o de Satish Kumar, seguindo o caminho da sustentabilidade? Acho a resposta, óbvia...façam agora, por favor, a vossa parte!

Obrigado.



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

21 de Setembro. Chegou o Outono a Lanheses.

A brisa corria fresquinha, fresquinha e, após umas horas passadas a deambular pela veiga e pelo rio, abri as portas laterais à J5, fiz um cigarro, e deixei-me estar sentado, naquela posição que as maioria das pessoas chama de "à chinês", no chão da caravana fumando e observando o rio, as margens, as árvores, os pássaros e o vento. O Verão findou-se em Lanheses e como que avisando que estava aí a chegar, o Outono brindou-nos com uma fresca e ligeira brisa, que todo o dia se fez sentir. Costumo repetir este hábito de, todos os anos a 21 de Setembro e a 21 de Março, despedir-me do Verão e saudar a chegada da Primavera, respectivamente. Este ano não foi excepção e durante uma grande caminhada pelo caminho do rio, houve uma altura em que  pude abrir os braços, fechar os olhos, caminhando ao mesmo tempo e dizendo adeus a este Verão, que mesmo que tenha sido muito tímido, era sempre, Verão. E tenho constatado um fenómeno curioso, quando me passeio pelos campos e ruas de Lanheses a céu aberto; já não há andorinhas na nossa aldeia! 

Se não tivesse crescido e sido educado de acordo com as normas e padrões vigentes da classe humana, escrava do dinheiro e da idiolatria de fachada, estupidez melancólica e desmedida, seguiria o exemplo da andorinha e seguiria para Sul, rumo ao Sol e ao Verão, ao calor e às boas temperaturas...mas...infelizmente não o sou...sou um ser humano, como biliões de outros, que terá de se habituar ao frio, à chuva (não me incomoda muito) e às geadas matinais, quando sai de manhãzinha, ensonado e enregelado, para o local de trabalho!

Está a chegar o equinócio de Setembro e com ele a viragem aos Invernos e Outonos, aqui para os lados do hemisfério norte. Em breve os tons luminosos de verdes e azuis, cederão o lugar aos tons mais amarelados, castanhos e avermelhados, sinónimo de um Outono que chegou e com alguma tristeza à mistura, sinónimo também, de mais um Verão que se foi! Chegarão em breve, os dias cinzentos, mais pequenos e chuvosos!

Fica o retrato tirado em Viana do Castelo na foz do Lima, lembrança deste Verão de 2011, onde misturada com tantas outras, a minha J5 era bafejada pelo Sol e pelas temperaturas quentes, típicas do Estio, quando as almas se passeiam mais alegres e os corpos mais despidos...


Para o próximo ano e se este corpo lá chegar, a 21 de Março poderei de novo no caminho do rio, abrir os braços, cerrar os olhos e feliz, abraçar  a chegada da Primavera. Com ela virá a alegria no espírito, o calor na alma e a felicidade no coração porque, está calor, o corpo pede menos roupa e nas águas do Lima em Lanheses, todos os dias, serão de novo dias de dar um mergulho em frescas águas, refrescando a pele do Sol, bronzeada!

Até lá, desenterremos a samarra do fundo do baú, pois, o Outono está aí, as Castanhas vão estalar e o Inverno já se vê, ainda pequenino mas, já bem visível no horizonte! 21 de Setembro, com ele, chegou a Lanheses o Outono...


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Passeio Anual - Associação Humanitária e Cultural de Lanheses.

Decorreu dentro de um ambiente muito descontraído e alegre, o Passeio Anual, organizado pela Associação Humanitária e Cultural de Lanheses.  O autocarro alugado para o efeito, da empresa de transportes AVMinho, diga-se para que fique registado, rigorosamente novo e extremamente confortável, partiu de Lanheses por volta das oito e picos, da manhã deste Domingo, com destino à cidade Invicta, o Porto. Este ano o tema de fundo do passeio eram a visita ao SEA-LIFE, o oceanário da cidade do Porto e para a parte da tarde, visita às famosas caves do Vinho do Porto.


A qualidade da viatura alugada à Auto Viação do Minho.

A viagem correu normalmente e por volta das nove e qualquer coisa, já estavam os participantes a tomar café acompanhado de uma queijadinha deliciosa (os que quiseram), na marginal junto ao Castelo do Queijo. Às dez horas da manhã, quando se abriram as portas e depois de tratadas as formalidades com os bilhetes e entradas, iniciou-se a visita ao oceanário, que ocupou toda a restante manhã até por volta das 12.30h. Uma palavra para a visita - EXCELENTE- Este aquário gigante mostra-nos quão importantes e imprescindíveis, são, a vida nos oceanos e os variados milhões de espécies que os povoam. Há de tudo, desde tubarões, raias, xaréus, caimões, jiboias, sapos, peixes dragão e balão (característicos pelo seu potente veneno), enguias eléctricas, dos mais variados peixes tropicais, piranhas (características pela sua voracidade e ferocidade), medusas e para finalizar a "estrela da companhia", uma tartaruga verde. Posso e devo afirmar que, para quem se interesse por estes e outros temas do género, a visita a este oceanário se torna de cariz obrigatório. Levem os vossos miudos, com toda a certeza vão adorar a experiência. É no mínimo fenomenal! Divididos por variados aquários, alguns de tamanho descomunal, se encontram as espécies marítimas que apresentei acima, seguindo um corredor, se vai desfilando perante os nossos olhos, um sem fim de vida nos mares. Às onze horas fomos brindados, pelos técnicos do oceanário, todos eles extremamente simpáticos e prestáveis (nota-se que adoram a profissão que abraçaram) com a alimentação dos tubarões e da tartaruga verde, havendo lugar também a palestra elucidativa acerca do que estavam a fazer, o porquê de o fazerem e à hora que o fazem! Às doze, ainda mais fantástico, pelo menos para mim (adorei a experiência), junto ao aquário das raias fomos brindados com nova mostra de alimentação mas, desta vez, foi-nos permitido alimentarmos nós os animais! EXCELENTE!

O SEA-LIFE.

A beleza das imagens...

Eu próprio, interagindo com um ouriço do mar.

O venenoso peixe-balão.

O mais espectacular e maior dos aquários, o dos tubarões e da tartaruga-verde.



A "estrela da companhia" a tartaruga-verde, carinhosamente apelidada de Marisa do Carmo.



O aquário do peixe-vaca.

O muito belo, cavalo-marinho.

Um tubarão, neste caso o de pontas-pretas.

O caimão.

Enguia-eléctrica, curiosidade, uma descarga deste "bichinho" atinge 220v, quando liga a cabeça à cauda (rabo), atinge descarga de para cima de uns impressionantes 3000v!!!! Explicação do técnico, que dela cuida.

Outro dos fantásticos aquários, o das raias.


O autor do blogue, alimentando os animais.


Dois tubarões de port-jackson (Austrália). A temperatura da água estava a 24º.

Ficam os vídeos:


Há muitos outros tipos de aquários, com uma impressionante multiplicidade de pequenos peixes onde não poderia faltar o famoso "Nemo", que a pequenada tanto adora, por causa dos filmes animados. A espécie, peixe-palhaço!





Cá está o famoso Nemo, ou, peixe-palhaço.

A visita termina na sala destinada à compra de lembranças, com serviço de cafetaria à disposição também. Uma manhã muito lúdica, se passa neste aquário, onde podemos aprender um pouco mais sobre a biodiversidade marinha. Valeu bem a pena o dinheiro gasto e porque o saber não ocupa lugar! Haveria muito mais a mostrar mas, para isso precisaria de publicar milhares de fotografias. Deixo no entanto o conselho, sigam até à cidade Invicta e passem umas horas ou dia, como queiram, neste aquário, pois, vale bem o dinheiro que gastamos para nele entrar. A pequenada então, delira!

Da parte da tarde e após almoço no Parque da Cidade (excelente o parque, no seu interior nem parece estarmos numa grande cidade, como a do Porto), tempo para a segunda parte do passeio, visita ao Douro e às Caves do Vinho do Porto. Esta também foi uma agradável etapa do passeio, onde se proporcionou aos participantes, do passeio, um mini-cruzeiro no Rio Douro, seguido da visita às Caves do Vinho do Porto Ferreira, as muito conhecidas caves desta denominação de origem controlada (DOC). Tudo visitado em zona de Património da UNESCO. Palavras para quê?


O Douro visto do Barco Rabelo e as suas belas margens! À proa, passei momentos maravilhosos!










Palavras para quê? Vistas do Rio Douro, as margens do Porto e Gaia, ainda se tornam mais belas que aquilo que já o são e, abordo de um Barco Rabelo, o passeio ganha uma atmosfera e um romantismo ímpares! Fiquei maravilhado!

Tempo de passarmos às famosas Caves, do não menos famoso, Porto Ferreira! Admirável legado de uma pequena e empreendedora senhora a quem chamavam carinhosamente de, a "Ferreirinha", com o nome próprio de D.ª Antónia.  Mulher de baixa estatura mas, de grandiosa personalidade!

No seu interior absorve-se a magia dos condimentos e atmosfera necessários, para que depois de todo o processo de produção do vinho este venha ter às mãos do consumidor final! Por entre a imensidão de arcas e dornas (num ambiente sombrio mas necessário à fermentação do mosto), cheias desse líquido que quase todos apreciamos, com um característico sabor, o guia explica todo um processo necessário à correcta produção das variadas denominações deste vinho licoroso, desde os tawnys brancos, tintos, vintages e normais. Dá gosto percorrer as várias áreas da cave e apreciar na penumbra as pipas em repouso. As fotos falam por mim! Belo e extremamente saboroso!

D.ª Antónia, ou a "Ferreirinha".

Algumas destas dornas, ou cubas, em madeira de carvalho com 5cms de grossura, contêm cerca de 73000lts de mosto, a repousar e a adquirir o seu sabor característico!

Neste sombrio espaço estas pipas levam 500lts de Vinho do Porto.


Mais um pormenor das cubas e da exigente e sombria atmosfera, necessária à boa fermentação dos mostos. Que belas imagens se recolham nestas caves!


Uma das várias imagens que adornam as paredes das caves e que mais mexeu com o meu sentir...a força bruta das mãos, ombros e costas que ainda hoje se usam! Este mundo novo industrializado, deveria, a meu ver, seguir exemplos como este! Os pc´s aqui não fazem falta nenhuma...
A sala das provas, linda, no mínimo.
E aqui, provando esta maravilhoso néctar. Delicioso...não provámos todos aqueles copinhos mas, vontade não faltou...(risos), provámos só alguns!
Fica a imagem e a frase, "foi você que pediu um Porto Ferreira"?

Tempo de retomarmos o caminho de casa, para ao som de concertina, muita cantoria e alegria total, percorrer os parcos quilómetros que separam o Porto de Lanheses! Com o Zé Arlindo (excelente mestre de cerimónias) a comandar as tropas em algazarra total, correu maravilhosamente, a viagem de regresso. Ah...e só mais uma coisinha...Zé Arlindo, não cantes mais...por favor...furaste-me os tímpanos...(risos)!

Que dizer mais, de um dia, que se tornou perfeito? Nada! Dar apenas os parabéns à Associação Humanitária e Cultural de Lanheses pelo belíssimo passeio organizado e fundamentalmente à Regina, um dos membros da associação pois, ela foi a maestrina de todo este dia fantástico, que se passou na "muy nobre e invicta cidade do Porto...que continua muy nobre e será, sempre, Invicta!

Por vezes pensámos em conhecer lugares distantes (também faz falta, é certo), desbravar paraísos a milhares de quilómetros de casa, gastar fortunas em viagens, quando a apenas sessenta e picos quilómetros de Lanheses, se passa um dia...como me hei-de expressar melhor...já sei, simplesmente...EM GRANDE!!!

Foi lindo...e, até para o ano, com novo destino!