quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

DIÓSPIRO MADURO - SONETO

Que merda de ano este

Este, que viveste, 

A doença de novo voltou

E a tua vida se (re)transformou.


Desconheço quantos mais

Anos vivo, duro, 

Meses, dias, que me restais

Nem tão pouco o meu futuro. 


Um dióspiro maduro

Fruta apodrecida

Num cabaz castanho escuro


Fruta pelo bicho ferida

Que outrora brilhou, juro, 

Em anos, meses, dias, de felicidade incontida! 


(do autor Sérgio Moreira) 

sexta-feira, 17 de abril de 2020

VIRULENTA PESTE - Soneto

Que estranho sonho, este,
que tragédias vêem castanhos olhos
que bailado em que te perdeste
que caldeirão em mistura de molhos.

Molhos estes são os sentidos,
neste caldeirão da morte misturados,
espanto e admiração não contidos 
ao vê-los nele, fatalmente cozinhados.

Virulenta peste transparente
num ápice, - Oh Humanidade!
- Adoeceste. Nações e povos derrotados...

E eu? Já de mim um ser doente,
testemunhando esta calamidade
acordado, vivo, este sonho tão deprimente!

(do autor Sérgio Moreira)