sábado, 30 de julho de 2011

Noite de Fados em Lanheses.

São 06.35h de Sábado e já não consigo dormir. Atormentado pelo calor que se respira e se sente dentro de casa, motivado pelos dias quentíssimos que se viveram, assim como pela incomodativa praga que são os mosquitos, esses bichinhos intoleráveis e caprichosos que ao mordicarem a nossa pele nos deixem com aquelas protuberâncias a que vulgarmente damos o nome de "bexigões" e com uma comichão descontrolada, desci até à esplanada de casa e estou a ver o dia a nascer. Reina a calma e o sossego, regados pelo orvalho da manhã que se faz sentir, acompanhados pelo frenético som da passarada (que parece nunca dormir) entrecortado aqui e ali pelo som de um automóvel que "corre" na EN305 e pelo estridente ronronar do som de um qualquer avião que paira sobre Lanheses. A "Araucária de Lanheses", imponente, está também ela envolta em nevoeiro!

O Vale da Serra D´Arga envolto num manto de nevoeiro...


Deveria dormir mais umas horitas mas não consigo, por isso atiro-me ao PC e actualizo o meu blogue com posts sobre o que se tem passado em Lanheses e neste caso incontornávelmente sobre a "Noite de Fados" que se viveu ontem de noite na nossa aldeia.
Num dos edifícios emblemáticos desta linda aldeia a Casa do Povo, decorreu ontem uma noite onde entre várias coisas se puderam ouvir fados, degustar uma ceia ou jantar (como quiserem), regados com bom vinho e onde também se pôde confraternizar com os vários amigos que passaram a noite naquele local. A receita apurada reverterá em favor das obras do novo Centro Social (uma parte), assim como para a Casa do Povo e seu Rancho Folclórico.

A meu ver, o salão escolhido para o realizar da gala, o do primeiro andar, ao contrário do ano passado onde ocupámos o salão desportivo, não foi o mais acertado dado que os cerca de duzentos participantes ficaram confinados a um espaço onde o calor exagerado imperou e as condições acústicas deixaram muito a desejar. Uma escolha no meu ponto de vista, um pouco infeliz. O jantar servido com muita qualidade e onde não faltou bom vinho para acompanhar, foi servido muito profissionalmente por uma empresa de "catering" e a boa disposição reinou em geral. Não tive sorte alguma com a mesa que me calhou assim como aqueles que me são próximos e comigo ficaram, na ditosa mesa, onde se respirava um calor insuportável, bafejado volta e meia (muito saudado quando ocorria), por uma aragem fresca que vinha do exterior. E nem as ventoinhas de tecto a funcionar a "todo o vapor" resolveram a questão. Mas alguém teria de ficar naquela mesa e este ano fomos nós. Paciência.

O salão do primeiro andar cheio e onde actuava já, um dos fadistas convidados.


"Arrumados" num cantinho mas, mesmo assim sempre bem dispostos.

A gala, após os convivas ocuparem os seus lugares, iniciou-se com o discurso do Sr. Dr. Loureiro, Presidente desta colectividade, passando-se em seguida ao jantar própriamente dito. Após o jantar e entre o servir da sobremesa houve tempo para apreciar aquilo a que vinhamos, o Fado, esse género de música tão identificativo do nosso País (apesar de não ser grande apreciador, confesso), cantado por dois fadistas , Flor e Rui Cunha; que segundo o que consegui apurar, tinham outras actividades profissionais paralelas ao cantar do fado, por isso autodidatas. Na gala do ano passado assisti comovido à actuação de Filipa Cardoso e aplaudi em pé a sua magistral actuação (mesmo que curta) este ano, perdoem-me a sinceridade mas, não apreciei muito.
Entretanto, houve tempo para mais um pomposo discurso do Sr. Dr. Loureiro e entre variadas temáticas houve tempo para homenagear um Lanhesense, que muito tem feito pela nossa Terra fisica e virtualmente e ontem comemorava mais um aniversário, acompanhado da família. Foi um momento muito bonito e que me encheu de alegria assim como todo o salão onde não faltou o tradicional cantar dos Parabéns, grandiosa salva de palmas e discurso. Após a sobremesa (que não provei porque não quis), houve tempo para o Fado, cantado e tocado até ao final da noite, acompanhado de grandes ovações, até terminar a gala, já ia alta a madrugada.

Não posso deixar de referir, em jeito de nota, o som saído do Contrabaixo muito bem executado. Instrumento magistral, mais conotado com o Jazz e Música Clássica, mas perfeitamente adaptado ao Fado como ontem se observou.

Deixo aqui publicamente um muito obrigado ao amigo Carvalhido, um dos organizadores da Noite de Fados, incansável na forma e preocupação demonstradas para com a nossa mesa e nossas pessoas, se tudo estava do nosso agrado. Continuo a tê-lo em boa conta e lhe desejo os Parabéns por mais uma Gala muito bem organizada e obrigado pela maravilhosa sangria que na esplanada do bar da Casa do Povo, após o final da noite, se provou e bebeu.

Agora que me refresquei, vou tentar dormir um pouquinho mais pois, a mosquitada me parece, foi dormir também...



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