Símbolo de tempos passados
hoje em dia, monumento nacional,
justiça e respeito por todos derramados
neste jardim secundado, por colosso natural.
Árvores e pedras de mãos dadas
em verde e belo jardim
Pelourinho em épocas passadas
debruado com cheiro a jasmim.
Povo, clero e nobreza
em tempos idos lhe deviam respeito
tempos em que era a realeza
que no Pelourinho ditava justiça a preceito.
Humano olhar não lhe fica indiferente
humano olhar que estas pedras mira
para quem se detém à sua frente
e toda a sua historicidade, em frente lhe admira!
Hoje descansa isolado
num jardim de bela tonalidade
por entre árvores e raios de Sol é banhado
o que significou em tempos, justiça e verticalidade!
Ali está para ser admirado
naquele verde cantinho
em Lanheses, nobre marca de um passado,
no jardim do Paço, descansa o Pelourinho!
(do autor Sérgio Moreira)
Caro Sérgio Moreira:
ResponderEliminarSão belas estas quadras, fruto da sua veia poética (para quando um livro seu?) realçando um dos nossos mais emblemáticos símbolos; o Pelourinho!
Este extraordinário monumento, bem conservado no jardim do Paço de Lanheses, foi motivo de polémica em 1933, aquando do acordo da sua transferência para o local onde hoje se encontra.
Já agora uma pequena história (que também envolve quadras), protagonizada por um grande homem, que foi Manuel Gonçalves Franco conhecido por Manuel Carvalho (há tempos o SSVSA publicou algumas quadras deste poeta popular, referente a fontes de Lanheses).
Manuel Carvalho, que morava no lugar da Taboneira e era escriturário da instituição Casa do Povo, foi um firme opositor à deslocação do Pelourinho para a Carreira do Paço. Entendia ele que o seu lugar era num sítio público, portanto no local onde originalmente foi erigido.
Porém, a cedência de terrenos por parte da nobre Casa do Paço, para a construção do novo Largo da Feira, envolveu a exigência da dita deslocação, pois o Paço de Lanheses, sempre esteve ligado à elevação de Lanheses a Vila e por conseguinte ao Pelourinho.
Foi então que Manuel Carvalho demonstrou a sua discordância, escrevendo esta quadra, cheia de ironia, que foi recolhida pelo professor Gabriel Gonçalves:
Santa Eulália de Lanheses,
mandai a pomba voar.
Para ver se descobre,
Onde o Pelourinho foi parar...
Manuel Gonçalves Franco referia-se à imagem de Santa Eulália, que está num nicho, da antiga Casa do Povo e que tem uma pomba numa das mãos!
Gabriel Gonçalves recolheu também a seguinte quadra de Manuel Carvalho, referente (também) à deslocação do Pelourinho:
No lugar do Pelourinho,
Um fontanário foi colocado...
Onde o povo de Lanheses,
Dá de beber ao seu gado.
Décadas depois o Pelourinho lá continua, bem guardado (e resguardado de qualquer ato de vandalismo), no jardim do Paço, acessível a quem o queira admirar, e para o qual a família Almada mantém generosamente o portão aberto!
Um abraço para todos
Amaro rocha
Grato pelas suas palavras Amaro e pelo comentário oportuno, no qual lendo, podemos aprender mais um pouco!
EliminarInfelizmente, acho, ou tenho a certeza, que o livro nunca sairá, mas resta-me um consolo; ficarão essas palavras escritas e rimadas para sempre neste blogue...
Abraço amigo
Sérgio